Blog do Prisco
Coluna do dia

Moisés acerta

Embora tardia, é acertada a decisão de Moisés da Silva, de cancelar o processo de dispensa de licitação para contratar uma instituição psiquiátrica de São Paulo com a missão de instalar um hospital de campanha em Itajaí.

O governador já deveria ter fulminado isso logo de cara, mas agora o encaminhamento é no sentido de contratar a implantação de 10 hospitais de campanha em 10 cidades, com 100 leitos cada um, totalizando 1.000 novos leitos emergenciais para o enfrentamento da pandemia.

Tudo por pregão eletrônico, como deveria ter sido feito desde o inicio, quando resolveram ir pelo caminho (fácil e muitas vezes perigoso) da dispensa de licitação. E ainda assim escolheram a empresa que apresentou o maior preço!

Não convenceu

Depois de muita polêmica e muito desconforto para o governador, com o TJ suspendendo o negócio em duas oportunidades; além da vergonha de ver seus assessores falarem que MPSC e TCE estariam acompanhando tudo, quando não estavam, é bom registrar que ninguém está levantando suspeita sobre Moisés da Silva e seu governo. Mas em nenhum momento o poder público conseguiu explicar, convencer alguém sobre os custos elevados da proposta.

Gordura graúda

Ou seja, o assunto tinha problema sim. Tudo leva a crer que havia ali uma gordura financeira, como se comenta abertamente em vários setores da administração pública.

Contrariedade

Tanto é verdade que, intramuros, chegam as informações de que o governador está contrariadíssimo. E não apenas com a vice-governadora, Daniela Reinehr, mas também com seus próprios assessores. Moisés da Silva ficou com a sensação de algo não republicano estava em curso bem debaixo de seu nariz.

Pescoços à prêmio

Daí a decisão de sepultar o processo. Moisés da Silva tem todas as credenciais de homem sério, só que o governo dele precisa agir no mesmo diapasão. Contexto que não trará surpresas se ali adiante algum colaborador bem próximo ao governador for levado à guilhotina.

Timing

Para evitar vinculação direta com prováveis demissões a este episódio lamentável, o chefe do Executivo muito provavelmente promoverá mexidas um pouco mais para frente. Seria providencial e lúdico, pois deixaria muito claro que o governador não compactua com determinadas práticas.

Da ribalta rumo ao ostracismo

Embora tenha desenvolvido um bom trabalho, é forçoso reconhecer, sobretudo neste período muito complicado de pandemia, Luiz Henrique Mandetta já estava com o prazo de validade vencido à frente do Ministério da Saúde.

Nos últimos dias, já nos estertores da guerra com o presidente, ele já estava falando tanto quanto trabalhando, o que nunca é positivo.

Extrapolou

A gota d’água foi a entrevista do agora ex-titular da esplanada ao Fantástico. Ali ele claramente provocou Jair Bolsonaro, que aí resolveu deixar Mandetta sangrando até quinta-feira, quando se concretizou a demissão.

Compasso regional

O sul mato-grossense Mandetta, que já cumpriu dois mandatos de deputado federal, sai menor do que as últimas pesquisas mostraram, mas ainda assim com bela popularidade. Só que é um estrelato muito pontual, atrelado ao momento de exceção que o país vive e tende a se diluir rapidamente.