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MORTES NO TRÂNSITO: A PIOR DOENÇA

Estudos revelam que uma das questões sociais que, no momento, necessitam de uma atuação mais efetiva é o transito. Inválidos e mortos no trânsito tem sido nossa realidade cotidiana.  Adultos em idade produtiva são os que mais morrem em acidentes no Brasil. Um triste cenário em que nenhuma doença e nem guerra mata mais que o trânsito.

Mais de 1,3 milhão de pessoas morrem por ano no mundo vitimas de acidente de trânsito. Conforme dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), no Brasil passa de 45 mil e, em Santa Catarina, de 1.884 pessoas. O número de feridos varia entre 15 a 20 vezes o número de mortos. Os feridos graves são em média cinco vezes o número de mortos. Milhares permanecem com seqüelas, vítimas de atropelamentos, acidentes com motos, carros, ônibus, caminhões, aviões e barcos.

Esses óbitos, ocorridos em áreas urbanas, rurais, rodovias municipais, estaduais ou federais, estão identificados e prestam valiosa contribuição no sentido de mobilizar a sociedade e governantes para reduzir esses números. As incidências são medidas em número de ocorrência por 100 mil habitantes. Por câncer de mama morrem 4,8; de câncer de pulmão 11,32; por homicídio 11,16; e por deslocamento são 27,7 pessoas a cada 100 mil.

O quadro é desalentador para um país como o Brasil que tem custos sociais altíssimos com vítimas de acidentes e onde o transito mata mais do que as guerras no Oriente Médio, do que o câncer, mais que qualquer doença e homicídios. Reforça a necessidade de se ampliar os investimentos em educação e prevenção com o estabelecimento de políticas publicas e campanhas permanentes, acompanhadas de efetiva fiscalização e rigidez no treinamento de novos condutores.

Outra alternativa prática urgente é o uso mais efetivo e transparente dos recursos previstos no Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset), administrado pelo Denatran e que recebe 5% do valor de todas as multas arrecadadas no Brasil. Se quisermos nos aproximar das metas traçadas pela ONU de reduzir pela metade a mortalidade no trânsito brasileiro de 2011 a 2020, há necessidade de agilizar a articulação conjunta de órgãos e entidades de trânsito federais, estaduais e municipais, organizações não governamentais, redes públicas de educação e sociedade em geral para campanhas permanentes de conscientização e prevenção.

Caso contrário, agravar-se-á a sensação de insegurança diante do nefasto quadro de mortalidade cotidiana no trânsito gerando sofrimento familiar e aumento de despesas da saúde pública que poderiam ser evitadas.

 

Serafim Venzon, deputado estadual e médico

 

Médico