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Mulheres na política será tema de painel na Associação Empresarial de Joinville

Santa Catarina detêm um percentual de 51,5% de eleitoras e 48,4% de homens. Em Joinville, a vantagem é ainda maior porque 52% do eleitorado é feminino e 48% masculino. Com intuito de estimular o ingresso das mulheres na vida política, a Associação Empresarial de Joinville (ACIJ) recebe um painel sobre a participação feminina no legislativo e executivo. A iniciativa é do Núcleo das Mulheres Empreendedoras e acontece na segunda-feira, 18, das 16h30 às 18h30. Foram convidadas 20 lideranças com atuação pública, seis confirmaram a participação. O evento é aberto à comunidade.

Carmelina Barjona, professora aposentada, foi vereadora durante um mandato. Tânia Eberhardt atuava como diretora do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt até início do ano e se destacou como secretária de Estado da Saúde. Também participará das atividades a educadora Simone Schramm, sexta deputada estadual de Santa Catarina, também esteve frente à Secretaria de Estado da Educação. O debate vai reunir ainda a presidente da Ordem dos Advogados (OAB) de Joinville, Maria de Lourdes Bello Zimath, e a delegada Regional de Polícia Civil, Tânia Harada, reconhecida por contribuir com a redução dos índices de criminalidade no município. A secretária parlamentar Mariza Costa, exerceu quatro mandatos de vereadora em Rio Rufino, completa os nomes no debate.

“Precisamos entender, discutir política e estimular ativamente a participação na comunidade, não preencher cota de 30%, como laranja, dentro dos partidos. Queremos conversar com mulheres que conciliaram a carreira política ou pública com a vida pessoal e os filhos”, destaca Silvia Maria Coleraus, presidente do Núcleo das Mulheres Empreendedoras da ACIJ. Segundo a empresária do setor alimentício – possui 800 funcionários sendo 86% quadro feminino – espera-se uma plateia de mulheres com viés empreendedor, olhar sensível para a educação, cultura, saúde e segurança, servidoras públicas e acadêmicas.

Para o presidente da entidade está na hora de a cidade ter maior participação feminina em cargos públicos. “É uma inciativa importante do Núcleo das Mulheres promover esse debate porque a ACIJ sempre acompanhou o desenvolvimento da cidade e isso também depende da política. Joinville possui vereadoras, embora ainda não tenham presidido o legislativo, também tivemos deputadas eleitas, mas como suplentes. Falta para o município ter, senão a prefeita, ao menos a futura vice-prefeita. Precisamos identificar essas lideranças, esse perfil”, pondera João Joaquim Martinelli.

Mulheres na política

Foi em 1932 que o presidente Getúlio Vargas sancionou o decreto do voto feminino no Brasil, era restrito às mulheres casadas que precisavam de autorização dos companheiros. As viúvas e solteiras, com renda própria, tinham direito de votar. A igualdade como os homens foi instituída somente em 1965, com o código eleitoral.

Embora no Brasil as mulheres ainda não tivessem o direito ao voto, o país teve a primeira prefeita eleita no Rio Grande do Norte, em 1929. Luzia Alzira Teixeira Soriano assumiu a cidade de Lages, no estado potiguar e, com 32 anos foi considerada a primeira da América Latina. O posto de deputada federal foi dado a Carlota Pereira de Queirós, em 1934, médica e de família ligada aos grupos de mídia da capital paulista.

Santa Catarina elegeu a primeira deputada estadual no mesmo ano, Antonieta de Barros; natural de Florianópolis, lecionava português, literatura e também escrevia em jornais. Joinville teve a primeira vereadora eleita em 1954, Matilde Amim Ghanem, e a deputada estadual representante da cidade, Ingeborg Colin Barbosa, ocupou a vaga na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em 1959.

Foi na República de Tuva, em 1940, no passado, território da União Soviética, que uma mulher foi eleita presidente de um país, Khetek Anchimaa Toka – educadora e militante do comunismo. Na América Latina, Isabelita Perón assumiu em substituição ao marido, em 1974. Pelo voto direto, o título de primeira presidente é da Islândia, quando a população escolheu Vigdís Finnbogadóttir. Iolanda Ferreira Lima, viúva de deputado federal Constituinte, governou o estado do Acre em 1986. No Brasil, Dilma Rousseff tomou posse em 2011.