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Nota de Solidariedade à jornalista Rosana Bond

A Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro de Santa Catarina (Fetrafi-SC) manifestou, na nota reproduzida abaixo, sua solidariedade à joranlista Rosana Bond. Ela apresentou denúncias contra um vereador de Joinville e registrou BO onde aponta que está sofrendo ameaças. Confira:

A Fetrafi-SC vem, através desta nota, manifestar solidariedade à jornalista, pesquisadora, escritora e militante da causa indigenista e quilombola, Rosana Bond, de Florianópolis (SC). Após denunciar, na imprensa e na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), várias farsas e falsificações cometidas pelo vereador Henrique Deckmann (MDB, Joinville), Rosana está sofrendo intimidação policial por Henrique, que apresentou queixa-crime à 4ª Delegacia de Polícia Civil de Joinville. Ele está tentando censurar e intimidar a estudiosa e procurou a polícia acusando-a de ter o ameaçado e de ter praticado calúnia, injúria e difamação.

Em matéria publicada pelo portal de notícias AND, Rosana alega que o vereador estaria usando recursos públicos para divulgar que o Peabiru, caminho milenar indígena, passava pelas cidades Joinville e Garuva, se apropriando de uma história que não pertence a nenhum dos dois municípios. Ela afirma que se trata de uma farsa que prejudica turistas, estudantes, professores e o próprio turismo no Estado.

Recentemente, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) aprovou, por unanimidade, na Comissão de Turismo e Meio Ambiente, uma investigação sobre a Lei 18.635, sancionada pelo governador em fevereiro deste ano, e acusada de conter uma farsa no trajeto do milenar Caminho do Peabiru no Estado. A intenção é rever os graves erros nos municípios citados na referida rota turística.

Por interesses eleitorais escusos, o vereador Deckmann incentivou a edição desta lei, que instituiu a Rota Turística do Caminho de Peabiru no Estado de Santa Catarina. Porém, irresponsavelmente, para se auto beneficiar e atender a interesses financeiros do setor turístico da sua cidade e também da vizinha Garuva, forneceu informações incorretas aos parlamentares. Rosana Bond, por ser estudiosa do tema há quase 30 anos, explicou o falseamento ocorrido na ALESC, o que provocou a reação autoritária do vereador.

A atitude repressiva contra jornalistas em SC cresceu a olhos vistos nos últimos anos, fazendo com que o caso de Rosana venha acompanhado de outros desde 2019. Um exemplo foi o que ocorreu meses atrás, também em Joinville, onde houve a demissão sumária do repórter Leandro Schmitz por denúncia de trabalho degradante em obra da Prefeitura. Além deste caso, houve também a preocupante ameaça de morte contra a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Jane Becker, fonte do jornalista punido.

Isso é inaceitável! Apoiamos decididamente Rosana Bond, assim como a causa de outros repórteres perseguidos. Ao lado deles, consideramos inadmissível que o povo brasileiro, que tem defendido bravamente a democracia, esteja convivendo, em Santa Catarina, com ataques à liberdade profissional de jornalistas vigilantes e livres, com vestígios cruéis de uma repressão ditatorial já não mais aceita ou suportada pela população do Brasil. Um país em reconstrução não pode, nem deve, admitir que o jornalismo seja tratado como caso de polícia. Abaixo o autoritarismo!