Blog do Prisco
Coluna do dia

Nova tríplice muda o cenário em SC

Causou surpresa a decisão do empresário Luciano Hang de transferir, pela segunda vez, o anúncio acerca de seu projeto político, se é que vai haver projeto político da parte dele.
Em havendo, a qual partido ele se filiaria? Segue o mistério. No dia 10 de março, ele iria anunciar a inscrição no Republicanos, cujo número é 10. Quem acabou filiando-se naquela data e neste partido foi Moisés da Silva, em ato reservado em Brasília, nas presenças somente dos presidentes nacional e estadual da sigla, deputados Marcos Pereira e Sérgio Motta.
O governador só foi para o Republicanos porque Luciano Hang teria recebido um apelo de Jair Bolsonaro para filiar-se ao PL. A assinatura seria no dia 22, número que identifica o partido nas urnas.
O anúncio seria feito na sexta, 18. O empresário, contudo, refluiu. Ao que parece, o que desagrada Luciano Hang é estar num partido que é pilotado pelo ex-presidiário Waldemar da Costa Neto, cuja ficha policial é bem conhecida.

Digitais

Nesse meio tempo, apesar do apelo bolsonarista, ou será que o próprio presidente estaria por trás dessas novas movimentações(?), Luciano Hang começou a conversar com Esperidião Amin e lideranças do PSD.

Tripé

O anúncio de Hang, se efetivamente vai disputar a eleição, ficou para depois do retorno da viagem ao exterior que ele está iniciando neste fim de semana. A costura do momento guindaria o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD) à condição de candidato a governador, tendo como companheiros de chapa Luciano Hang (PP) e Gean Loureiro (União Brasil) de vice.
O prefeito de Florianópolis vai renunciar no fim do mês.

Efeitos colaterais

Nesta engenharia, além de construir a chapa com ares de viabilidade, o ex-governador Raimundo Colombo levaria um chega pra lá no PSD. Mas o partido teria a cabeça de chapa com Rodrigues. Também descartaria o governador do Estado (Eron Giordani ainda é secretário da Casa Civil, mas ele e seu grupo, liderado pelo deputado Julio Garcia, já deixaram muito claro que não querem mais papo com Moisés).

Efeitos colaterais 2

De quebra, caso ocorra a concretização desta tríplice aliança, quem ficaria enfraquecido é o senador Jorginho Mello. Ele já conta com o grande reforço de ter o 22 de Jair Bolsonaro em seu projeto (embora não vá haver o mesmo fenômeno de 2018, o presidente ainda é muito forte em Santa Catarina). O senador trabalha para consolidar a chapa com Angela Amin de vice e o próprio Luciano Hang ao Senado.

Perda dupla

Com João Rodrigues de candidato e o PP indicando o postulante ao Senado na engenharia do momento, o PP também não estaria com Jorginho Mello. Ou seja, ele perderia em duas frentes muito significativas.

Casamento à força

Só que isso tudo isola Moisés de um lado e o MDB de outro. Contexto que vai empurrar um para os braços do outro. Ou vice-versa. Caso contrário, o Manda Brasa ficará isolado e o governador apenas com Republicanos e Podemos.
Por sobrevivência, Moisés e o MDB teriam que chegar ao entendimento para fazer frente à tríplice aliança.