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“O relator não tem condição moral nenhuma para indiciar alguém” diz Jorginho Mello no encerramento da CPI da Pandemia

Mello ainda pediu que a Procuradoria Geral da União arquive o documento feito por Calheiros: “não há indício e nem crime”
O senador Jorginho Mello (PL), único catarinense a fazer parte da CPI da Pandemia, fez críticas ao relator Renan Calheiros (MDB-AL) durante a sessão de encerramento dos trabalhos, nesta terça-feira (26), no Senado Federal, em Brasília.

O parlamentar se posicionou contrário a iniciativa do alagoano de indiciar o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) pela defesa do tratamento precoce, sob acusação de que o gaúcho estaria espalhado notícias falsas. Jorginho afirmou que faltam atributos morais ao relator.

– O indiciamento dele, por opinião, não é cabível. O relator não tem condição moral nenhuma para indiciar alguém. Ele não é exemplo para ninguém no Brasil. Tem 13 inquéritos no Supremo Tribunal Federal e quer enquadrar um senador igual o Heinze, que é um homem “ficha limpa”. Isso não é possível, esta CPI vai cometer um ato que todos nós vamos nos arrepender – disse Jorginho Mello.

Ainda na sua fala na comissão, o catarinense destacou as ações do governo federal no combate a pandemia, como o envio de recursos aos estados e municípios, a compra e distribuição de vacinas e o fornecimento de testes e insumos para o tratamento da doença. Também criticou a condução dos trabalhos que, para o senador, “passou ao largo” os desvios cometidos pelos governos estaduais.

– Passou ao largo dos desvios. Ignoraram indiciamentos que poderiam ser feitos como é o caso do Amazonas, de São Paulo, do Consórcio Nordeste e de Santa Catarina. O dinheiro público não tem marca. Sendo municipal, estadual ou federal, é o mesmo dinheiro. Além disso, quanto ao tratamento aos depoentes, quando tinha pessoas que interessavam ao relator eram bem tratados, agora quando falavam algo diferente do esperado, metiam palavras nas bocas das pessoas – afirmou.

Mais cedo, o catarinense sugeriu que a Procuradoria Geral da União arquive o relatório. Pois, segundo ele, não há indício e nem crime.

Ao todo, o relatório do alagoano pede o indiciamento de 81 pessoas, incluindo o presidente da república Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, o atuar chefe da pasta, Marcelo Queiroga, o ministro Onyx Lorenzoni, além dos filhos do presidente Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro, entre outros deputados e senadores que compõem a base de apoio do presidente. A lista ainda tem os nomes dos empresários Carlos Wizard e Luciano Hang.