Blog do Prisco
Manchete

OAB/SC em chamas

A OAB de Santa Catarina está às vésperas de uma decisão que entrará para a história. Se será um passo à frente ou um tropeço sem volta, ainda é uma incógnita.
Amanhã, quinta-feira, o Conselho Pleno da entidade definirá a lista de candidatos ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de SC pelo Quinto Constitucional.
Um dos candidatos, o ex-vice presidente da OAB/SC, Márcio Vicari, teve sua candidatura impugnada. Os fundamentos são variados.
Desligamento tardio do cargo de Procurador Geral do Estado.
Além disso, ainda está em trâmite ação indenizatória de Vicari contra a OAB/SC.
Vicari também patrocinou ação popular que buscou condenar a instituição a devolver 10 milhões de reais ao Estado de SC, aproximadamente 20 milhões em valores atuais, recebidos licitamente pela OAB/SC pela administração do sistema da Defensoria Dativa.
Por fim, Vicari tem contas com julgamento ainda pendente na OAB. Tratam-se das contas de 2012, exercício em que Vicari assumiu a presidência da seccional em duas oportunidades. Naquele ano a contabilidade da seccional foi deletada, conforme apurado pela Polícia Federal, que não conseguiu definir a autoria do crime.
Quando se debruçou sobre as contas de 2012, no ano seguinte o Conselho Pleno da OAB/SC votou pela sua rejeição, com voto do hoje Procurador Geral da entidade, Alexandre Evangelista Neto. Também votaram pela rejeição das contas o atual presidente Juliano Mandelli, a ex-presidente Cláudia Prudêncio e o atual conselheiro federal Eduardo de Mello e Souza.
Tanto do ponto de vista técnico como ético, os dirigentes da OAB não podem admitir que um candidato que demanda a instituição em juízo e tem contas pendentes, represente a advocacia catarinense.
Fala-se muito nos bastidores que a análise da candidatura de Vicari está sofrendo forte influência de arranjos internos da instituição e inclusive pressão de natureza política e partidária.
Resta saber se a OAB/SC vai provar sua independência e honrar sua história, e também se seus dirigentes respeitarão os votos daqueles que os elegeram. Afinal, é a eles que deverão prestar contas.
Em meio a uma imagem já muito desgastada nos últimos anos, qualquer decisão tomada agora terá peso dobrado — não apenas no processo, mas também na credibilidade da instituição diante da sociedade e da advocacia catarinense.

Posts relacionados

TJSC sabatina os seis postulantes da advocacia catarinense ao cargo de desembargador

Redação

TJSC divulga lista de candidatos inscritos para cargos de dirigentes da gestão 2026–2028

Redação

Giane Bello oficializa candidatura ao Quinto Constitucional

Redação