Blog do Prisco
Manchete

País dividido

A crise do coronavírus consolida o Brasil como uma nação absolutamente dividida. De acordo com o Instituto Paraná Pesquisas, 53% dos entrevistados manteriam o isolamento social enquanto necessário, independentemente da crise e do impacto econômico.
Outros 43% disseram que não, que voltariam a trabalhar. O restante não sabe ou não respondeu. Os pesquisadores ouviram mais de 2 mil pessoas entre 13 e 16 de abril.
Constatação insofismável: há um racha entre a população. Até porque, excetuando-se estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Pernambuco e Ceará, onde efetivamente o cenário é de contágio severo, nas demais unidades federadas há várias instituições de saúde públicas e privadas vazias.
Muitos levantamentos mostram que o pior da pandemia já teria passado. Bem ao contrário do que anunciou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, segundo quem o pico da contaminação seria entre maio e junho.

Planejamento zero

Mesmo assim, tem estado por aí gastando recursos preciosos em hospitais de campanha, quando a sensação é de que o pior já passou. Ao fim e ao cabo, sensações à parte, é a certeza de que tudo está meio largado, sem orientação.

Nacionalismo

Outro aspecto neste contexto de pandemia: as diferenças entre os países. Elas estão aí, escancaradas. Não é porque Estados Unidos, Espanha e Itália registra números muito altos de mortos que outras nações serão automaticamente assoladas. Há as questões de clima, faixa etária, dieta, genética e também o próprio estilo de vida nos mais variados países.

Fé em Deus

Deus queira mesmo que o pior já tenha passado. Se isso for um fato, daqui a um ano não estaremos falando de um hipotético número elevado de mortos e sim da proliferação de contratos superfaturados, todos feitos sem licitação, para a compra de materiais e insumos hospitalares.

PF de olho

Não foi por acaso que o ministro Sérgio Moro (Justiça) determinou à Polícia Federal a formação de uma força-tarefa para acompanhar a aplicação dos recursos federais que estão sendo distribuídos a estados e municípios. Vem aí a Corona Jato, versão pandêmica da Lava Jato.

Nova leva

Tem tudo para ser uma bela tarrafada em uma leva regional de políticos da pior espécie, de pessoas sem o mínimo caráter e escrúpulo. Ou há outra definição para ladrões do dinheiro público se aproveitando de uma situação de extrema fragilidade social como a atual?

Samba

Vale lembrar que no Carnaval tupiniquim já havia registros de casos de coronavírus. Mas a quarentena só começou depois da prolongada aglomeração carnavalesca. Evidentemente porque muitos interesses econômicos pontuais prevaleceram à época.

Populismo irresponsável

No passado recente, o Brasil gastou bilhões e bilhões, com fartos superfaturamentos, para a construção de estádios e arenas que sediaram uma Copa do Mundo e uma Olimpíada. Muitos elefantes brancos estão aí, apodrecendo aos olhos de uma sociedade que ficou ainda mais injusta e desigual nos desgovernos canhotos. E se essa dinheirama tivesse sido investida em saúde?
Agora, todos os olhos agora se voltam para o Senado, que pode pôr um limite à farra liderada por Rodrigo Maia e aprovada na Câmara. Ali, aprovou-se o projeto que transfere recursos ilimitados aos governos estaduais e municipais. Sem qualquer contrapartida. Oras, isso não existe. Que pelo menos se exija o congelamento dos salários dos servidores públicos por dois anos. No mínimo!

Casa de ferreiro

Só que o espeto de Rodrigo Maia é de pau. De recursos orçamentários, ele manobrou para doar a estados e municípios a bagatela de R$ 100 bilhões. Só que não cortou praticamente nada do orçamento da Câmara, que é de impressionantes R$ 6 bilhões para salários, viagens, diárias, combustíveis, telefones, refeições, etc.

Cheira mal

A grande verdade é que setores consideráveis do Brasil, sobretudo na classe política, apodreceram. Foram alvo de putrificação.