Blog do Prisco
Manchete

Quais vetores de mudança para as cidades se tornarem cada vez mais sustentáveis?

Análises de especialistas e cases de cidades pelo Brasil e pelo mundo que estão garantindo o desenvolvimento urbano sustentável, cumprindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), foram apresentados durante painel da edição brasileira da maior rede mundial de eventos sobre cidades inteligentes do mundo. O Smart City Expo Curitiba ocorreu na última quinta (24) e sexta-feira (25) e recebeu 10,2 mil visitantes presenciais de 30 nacionalidades, um crescimento de 46% em relação ao público na exposição e no congresso de 2019.

Mediado pela presidente do World Trade Center (WTC) Curitiba, Joinville e Porto Alegre e diretora executiva do Sapiens Parque, a catarinense Daniella Abreu, participaram do painel o head de aceleração dos ODS 2030 da Ikone Global Social League, Claudio Nascimento; o CEO do Instituto Sociocultural Brasil China (Ibrachina), Thomas Law; o coordenador do projeto Inovajuntos e do Conselho Consultivo Internacional da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Luís Mauricio Zanin; e o coordenador internacional urbano da Dirección General de Vinculación con las Organizaciones de la Sociedad Civil (DGVOSC) na Secretaria de Relações Exteriores da Cidade do México, Hugo Isaak Zepeda.

“A época em que vivemos ficará marcada pela sustentabilidade através do uso da inteligência artificial e todas as suas aplicações na vida cotidiana, como nos revelaram este painel, os estandes de empresas, organizações, pesquisadores e prefeituras presentes no Smart City Expo Curitiba. Por isso é fundamental a cooperação entre a chamada tripla hélice: academia, poder público e iniciativa privada”, destacou Daniella Abreu.

Para o convidado internacional do painel, o mexicano Hugo Isaak Zepeda, especialista em inovação de novos modelos para transformação digital, ecossistemas digitais, IoT e governo, as cidades que buscam melhorar sua qualidade de vida precisam de segurança, educação, solidez econômica e preservação ambiental. “A pandemia nos trouxe uma nova forma de ver e viver, de maneira híbrida. Conectar cidades é a melhor forma de desenvolvê-las, deixando de ver individualmente, passando a enxergar em conexão.”

Já Claudio Nascimento apresentou iniciativas da Ikone pelo país que buscam perpetuar projetos em parceria com a municipalidade. “O maior desafio no Brasil é a falta de continuidade nas políticas públicas. Isso precisa acabar. Nós buscamos auxiliar nessa convergência de interesses através dos ODS, mesclando o serviço, o processo e a política. Estamos presentes na cidade de Ferraz de Vasconcelos, em São Paulo, com um projeto de escuta ativa; no Morro da Previdência, no Rio de Janeiro, com a Favela 3D; e em Recife, com o projeto premiado Vida no Morro. Mas devemos nos perguntar sempre que tipo de cidadão somos. Observe seu território e proponha. Isso não é competitividade, é prosperidade.”

Com vasta experiência na CNM, Luís Mauricio Junqueira Zanin elencou as melhores formas de se iniciar a transformação inteligente nos municípios. “Temos que usar os dados disponíveis para solucionar o problema dos resíduos urbanos, reunindo um consórcio de cidades, por exemplo. Por meio dos ODS, da Nova Agenda Urbana e da Carta Brasileira de Cidades Inteligentes, temos que ouvir a ponta antes de aplicar uma solução. E começar pela base, mapeando todos os projetos implantados no município em verdes (bons), amarelos (medianos) e vermelhos (ruins). Se começar excluindo os ruins, os impactos já passarão a serão positivos.”

Por fim, o fundador do Ibrawork, em São Paulo, Thomas Law, ressaltou a importância de as empresas brasileiras estreitarem as relações comerciais com a China e cidades em franco desenvolvimento, como Shenzen. “As zonas econômicas especiais mudaram a China, com planejamentos em longo prazo de 20 a 30 anos. Hoje, vivemos um processo de modernização dos portos brasileiros que pode mudar nossa realidade: o Brasil pode se tornar líder mundial em segurança alimentar.”

 

Sobre o WTC

 

Importante player no ambiente de negócios há mais de 50 anos, o WTC é formado por diferentes grupos empresariais, públicos e privados. Tem como objetivo aumentar a competitividade das empresas, gerar negócios, fomentar o comércio internacional, disseminar melhores práticas globais, além de trazer inovação e investimentos para as cidades e países em que está presente. Seus associados contam com a rede do World Trade Centers Association (WTCA), associação que reúne os World Trade Centers em todo o mundo.