Blog do Prisco
Coluna do dia

Quebrando a regra

O ano de 1989 marcou o restabelecimento das eleições diretas para Presidente da República depois de 21 anos de regime militar. O eleitor tupiniquim guindou ao segundo turno daquele pleito o carioca Fernando Collor de Mello, que estava radicado e governava Alagoas. Foi transformado pela Rede Globo no caçador de marajás e acabou presidente.
Junto com ele, quem chegou lá foi Lula da Silva, o ex-metalurgico, o retirante nordestino. Outro “mito” forjado à base de muita narrativa e facoitdes a partir de suas origens, às quais ele não só abandonou como sapateou em cima.
Em Santa Catarina, observamos uma situação interessante naqueles dias. Leonel de Moura Brizola foi o mais votado no primeiro turno. Collor foi o segundo e Lula o terceiro entre os catarinenses.
Como Brizola perdeu a vaga no segundo round para o petista por pouco mais de meio ponto percentual, ele apoiou o ex-mito no embate final daquela eleição. O que levou o ex-tudo petista a ganhar nos dois estados que já haviam sido administrados por Brizola: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Ilha federal

A única vitória de Lula no primeiro turno havia sido em Brasília. Ele repetiu a votação no segundo turno.

Natalidade

E ganhou em Pernambuco, sua terra natal. No round inicial, os pernambucanos haviam dado a vitória a Collor.

Aqui, não

Das vitórias de Brizola, a única que o petista não conseguiu repetir foi em Santa Catarina. Collor de Mello bateu o vermelho por pouco menos de 15 mil votos, em apertadíssima eleição.

Calendário

Depois, em 1994, quando Esperidião Amin foi candidato e ficou em terceiro no estado, Fernando Henrique foi quem venceu e o petista foi o segundo colocado.

Outra onda

Em 2002, veio a vitória de Lula da Silva. Ele fez entre os catarinenses a sua maior votação proporcional daquele pleito. Foi a onda vermelha, que elegeu a senadora Ideli Salvatti, cinco deputados federais e nove estaduais.
Por pouco menos de 3% dos sufrágios José Fritsch não foi para a grande final contra Esperidião Amin.

Ladeira abaixo

Em 2006, o atual vice do petista, Geraldo Alckmin derrotou Lula no estado. Em 2010, José Serra bateu Dilma Rousseff em Santa Catarina. Em 2014, ela perdeu novamente, de lavada, para Aécio Neves entre o eleitorado local.

Mitou

Em 2018, Jair Bolsonaro fez a maior votação de todos os tempos no território catarinense: 65% no primeiro turno e 75% no segundo turno.

Repeteco

Aécio fez grande votação no estado em 2014, mas em 2018 outro tucano, Alckmin, deu vexame, perdeu feio em Santa Catarina.

Terceira onda

Em 2022, essa realidade será alterada. Bolsonaro vai eleger pela segunda eleição consecutiva o governador do estado. Há quatro anos, ele elegeu o desconhecido Moisés. Pode, ainda, fazer de Jorge Seif senador.