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Queda-de-braço

Queda-de-braço

Embora correligionários, chefes de dois dos três poderes estaduais estão travando uma queda-de-braço contundente nos bastidores do PSD. Segundo eminências pardas, enquanto o presidente da Assembleia, deputado Gelson Merísio, não poupa esforços para encabeçar uma chapa majoritária estadual em 2018, o governador Raimundo Colombo estaria sinalizando que o melhor caminho é renovar a aliança com o PMDB, cedendo a vaga de candidato a governador.

Novo capítulo da disputa interna está marcado para o dia 14 de maio. Nesta data, o PSD realizará convenções municipais em 175 municípios, que passarão a ter diretórios definitivos. Atualmente, a legenda conta com apenas 53 seções municipais não provisórias. Passará a ter 228 após as convenções. Um grande salto. Que tende a favorecer a cruzada de Merísio. Presidente licenciado do PSD, ele projeta, segundo interlocutores, o lançamento de pelo menos 200 candidatos a prefeito neste ano. Meta ousada, que tem como pano de fundo o pleito de 2018.

 

Processo sucessório

Toda essa construção passa também pela disputa à presidência da Alesc em fevereiro de 2017. Merísio articula incansavelmente para que o comando da Casa seja dividido entre PP e PSDB. Um ano para cada.

Silvio Dreveck pilotaria o Legislativo no primeiro ano e um tucano, Leonel Pavan ou Marcos Vieira, fecharia o biênio.

 

Nova tríplice

Evidentemente que o sonho dourado do atual presidente é chegar à eleição majoritária estadual tendo como parceiros preferenciais o PP e o PSDB. Seria um novo formato para a tríplice aliança, isolando o PMDB, que rompeu com o PT.

 

Outra direção

Raimundo Colombo tenta preservar uma boa relação com o PMDB, o principal aliado da coalizão. Também por isso, deseja ver um peemedebista presidindo a Alesc a partir do ano que vem. Nas fileiras do Manda Brasa, o nome natural é o de Aldo Schneider, vice-presidente da Assembleia.

 

Contabilidade

A costura de Merísio com tucanos e progressistas já renderia ao projeto 16 votos de largada. Sete dos nove do PSD, mais os cinco do PSDB e o quarteto progressista. O grupo projeta contar, ainda, com os cinco sufrágios do PT, o que já garantiria os 21 votos necessários para liquidar a fatura.

 

Maioria

Isso sem contar com as bancadas de  menor porte, onde certamente Merísio tem todas as condições de conquistar apoio. Projeta-se que pode chegar a 27 ou 28 votos para bater o PMDB, que tem 10 deputados. O presidente quer fechar esta costura com bastante antecedência.

 

Outra ponta

Dentro da bancada pessedista, Gelson Merísio não estaria contando com José Nei Ascari, muito ligado ao conselheiro Júlio Garcia, e com Gabriel Ribeiro, sobrinho e afilhado político de Raimundo Colombo.

 

PT na bronca

Alguém pode perguntar porque o PT fecharia com o PSD, PP e PSDB na Assembleia. Porque o PMDB passou a ser adversário mortal dos petistas. Tanto em Santa Catarina como no contexto nacional. Convém lembrar, ainda, que foi o diretório catarinense o primeiro a desembarcar do governo Dilma, desencadeando o efeito dominó que tem tudo para levar o peemedebista Michel Temer à presidência, em detrimento da petista Dilma Rousseff.