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Seminário de eletrificação rural lota o Plenarinho

Ao final dos debates, definiu-se que será redigida a Carta do Sul – Eletrificação Rural, Desafios Urgentes

O Plenarinho da Assembleia Legislativa de Santa Catarina ficou pequeno para receber todos os participantes do Seminário Eletrificação Rural, Desafios Urgentes, na manhã desta quinta-feira, 29. Dezenas de lideranças de todas as regiões do Estado, entre prefeitos, vices, vereadores, secretários municipais e dirigentes de entidades ligadas à agricultura lotaram o espaço, que comporta 120 pessoas sentadas.

O seminário foi proposto e coordenado pelo deputado Natalino Lázare, presidente da Comissão de Agricultura da Alesc e apresentou um retrato dramático dos moradores do campo quando o assunto é energia.

Lideranças de todo o Estado lotaram o Plenarinho
Lideranças de todo o Estado lotaram o Plenarinho

Ao final dos debates, definiu-se que será redigida a Carta do Sul – Eletrificação Rural, Desafios Urgentes. O documento será elaborado em conjunto pelas Comissões de Agricultura das Assembleias Legislativas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e encaminhado para assinatura eletronicamente às autoridades presentes e entidades envolvidas com o agronegócio nos dois Estados.

Nela, constará a proposta, que será levada a Brasília, à Aneel, ao Congresso Nacional e ao Ministério das Minas e Energia para que se inicie o processo de modernização das redes, hoje monofásicas em terras catarinenses e gaúchas.

“Tivemos um momento memorável. Nasceu a criança (carta do Sul e os caminhos que precisam ser percorridos para que a energia de qualidade chegue às propriedades rurais). Agora precisamos cuidar dela,” declarou Natalino.

PERCENTUAIS

No Rio Grande do Sul, as autoridades não vão envolver o governo do Estado, que passa por grande dificuldade financeira. A proposta dos gaúchos é dividir os custos da conversão das redes de mono para trifásicas da seguinte forma: 50% para a União (que poderia financiar a modernização mediante uma segunda edição do Programa Luz Para Todos, desta vez para fortalecer o sistema e fornecer energia de qualidade para o campo); 30% para as concessionárias de energia e 20% dos custos ficariam com os produtores.

No Seminário desta quinta, a proposta aprovada pelos presentes para Santa Catarina é um pouco diferente: 50% dos recursos seriam oriundos da União; 40% divididos entre Estado, a Celesc e as demais cooperativas de energia, e 10% bancados pelos agricultores. A proposta foi apresentada pelo deputado Altair Silva, que tem ligação com o agronegócio e participou do seminário.

INTERNET

Outro viés  bastante discutido durante o seminário foi a questão do êxodo rural. O sistema monofásico não permite aos moradores rurais acesso adequado às comunicações e à internet. “Hoje, tudo é feito pela internet. Os jovens estão migrando cada vez mais para as cidades, onde o acesso à rede mundial de computadores é amplo e quase que irrestrito. Esta e as outras questões levantadas são urgentes,” alerta Natalino Lázare.

SEMELHANÇAS

Presidente do colegiado gaúcho, o deputado Adolfo Brito apresentou um estudo completo sobre a situação no Estado vizinho, onde os problemas são exatamente os mesmos vividos pelos agricultores catarinenses: a rede monofásica de energia não atende a demanda das propriedades, que além da luz para suas casas e eletrodomésticos, necessitam do insumo para fazer funcionar granjas, ordenhadeiras, poços artesianos e uma infinidade de equipamentos agrícolas, que estão cada vez mais modernos; as constantes quedas de energia queimam e danificam estes mesmos implementos e também os eletrodomésticos, provocando prejuízos incontáveis e dificultando o crescimento do agronegócio nos dois Estados. 

CELESC

Representando a companhia de energia que atende 90% dos catarinenses, participou o assistente da Diretoria de Distribuição, engenheiro Pablo Carena.

Ele apresentou um raio-x do atendimento e das ações da companhia para melhorar o acesso dos agricultores à energia de qualidade, afirmou que o atual sistema não apresenta risco de desabastecimento e informou  que a própria empresa apresentou ao Estado um estudo para a conversão das redes elétricas de mono para trifásicas.

“A Celesc, dentro das regras da Aneel, quer ser parceira nesse trabalho proposto aqui hoje,” salientou Carena.

DADOS

Durante o seminário, entidades e autoridades apresentaram vários dados para ilustrar a realidade das redes elétricas rurais em Santa Catarina. Seguem alguns destes dados:

– Pelo menos 80 mil famílias rurais têm acesso à energia pelo precário sistema monofásico

– As redes têm no mínimo 30 anos de existência

– São 42  mil quilômetros de fiação no sistema monofásico, que é fraco e apresenta constantes falhas.

– Em média, a conversão de um quilômetro de rede de mono para trifásica custa R$ 60 mil.

– O agronegócio responde por 29% do PIB de Santa Catarina.

FECOAGRO

A Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina em números relativos a 2016

– 10 cooperativas de agricultores e uma cooperativa de segundo grau (cooperativas das cooperativas), a Aurora.

– Faturamento: R$ 31,5 bilhões (R$ 19,9 Bilhões no agronegócio).

– Cresceu 15% em 2016

– 69,3 mil associados agricultores

PRODUÇÃO

– Suínos – 3,4 milhões de cabeças

– Aves – 489 mil toneladas

– Leite – 445,7 milhões de litros

Compuseram a mesa diretora:

Presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural, deputado Natalino Lázare

Presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Adolfo Brito

Secretário de Estado Adjunto da Secretaria da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spies

Presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo

Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaesc), José Walter Dresch

Diretor de Comunicação e Marketing da Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro), Mauro Schuh

Gerente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCES, Paulo Von Dokonal

Assistente da Diretoria das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), Pablo Cupani Carena

Prefeito de Tangará, Nadir Baú (representando os prefeitos presentes)

Presidente da Câmara de Vereadores de Ibicaré, Gerson Palavicini (representando os vereadores presentes)

Secretário de Estado Adjunto da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul, André Lionir Petry da Silva

Deputado Estadual Dirceu Dresch

Presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Silvio Dreveck 

Deputado Estadual Altair Silva