Blog do Prisco
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Sinais

Jorge Chierighini – Professor aposentado

MINHA VISÃO DOS TEMPOS EM QUE VIVEMOS. EU NÃO CREIO QUE SEJA POR ACASO.
Estou recebendo diariamente notícias de que pessoas que de alguma forma estão mais próximas de mim do que o restante da humanidade estão nos deixando. Sem nenhuma dúvida ilusória, sei que estamos todos na fila. Entramos nela quando nascemos e permanecemos nela até a hora de sermos chamados de volta ao Criador. Não dá pra trocar de lugar, não dá para ir para o final da fila. Estamos ficando mais longevos, mas não imortais.
Então, recebo todos estes comunicados de travessia do último portal com naturalidade, mas não sem tristeza. Pessoas queridas que não abraçaremos mais, amigos com quem não conversaremos mais, confidentes que não mais nos ouvirão, ou simplesmente pessoas de presença agradável ou irmãos de luta e labuta, cujas obras ficarão por terminar. Isso nos entristece, nos acabrunha, nos mortifica.
Venho percebendo há tempos que não estamos atravessando uma crise comum. Tanto que já me referi a ela como a era do absurdo, a era da hipocrisia, a era do descaramento exacerbado. Algo de muito grave está acontecendo com a humanidade e os sinais estão por toda parte, mas são poucos que os percebem e, ao se darem conta erguem a voz, logo são silenciados.
Estamos sendo bombardeados intencionalmente com notícias irrelevantes e distorcidas, mas não recebemos as que realmente importam. Notícias que nos colocam para baixo e ficamos acabrunhados sem reagir. Abusam das contradições, dos sofismas, divulgando opiniões desencontradas, divergentes, diametralmente opostas, combatendo em nome da ciência os próprios recursos da ciência, numa atitude lamentável e paradoxal.
Uma pandemia foi deflagrada e seus possíveis efeitos foram amplamente hiperbolizados, com a imposição de medidas drasticamente restritivas para a população, tornando-a refém dos governantes. Chegamos ao ponto de algemar e prender trabalhadores honestos e libertar criminosos condenados. Já se percebe que a pandemia está sendo uma maneira de impor estas medidas restritivas. E o povo já acabrunhado permanece ainda mais imerso em apatia.

Proibiram cultos religiosos, Deus está sendo expulso das vidas das pessoas e nada está sendo feito para restaurá-los indicando que as pessoas estão possuídas de uma espécie de afasia espiritual, incapazes de defender seus mais internalizados valores.
Todos os princípios da moral da nossa sociedade estão sendo deturpados, violados e, com eles destruídos, a ética está desaparecendo nas relações humanas
Estamos neste processo gradativo já há mais de um ano, para dar tempo de a sociedade ficar entorpecida pelo desânimo, desmotivada para o trabalho que foi criminalizado, num processo cruel de empobrecimento.
Já é notório que a chama interior da maioria das pessoas está se apagando por não poderem vislumbrar uma saída em um futuro próximo, ficando mais e mais abatidas pela desesperança.
Medidas impopulares e injustas estão sendo impostas por autoridades que deveriam defender a constituição, com a justificativa de que é preciso provocar um sofrimento imediato com o objetivo de prevenir sofrimentos futuros.
Os órgãos de imprensa estão usando um discurso infantilizado porque sabem que se a massa popular for tratada com um discurso simplório e infantilizado, vai reagir exatamente assim, como se fosse tola e infantil. E com a pífia capacidade de compreensão com que um grande número nossos jovens egressos das universidades desenvolveram ao longo do seu período acadêmico, pouco se pode esperar desta horda de pensadores malformados.
Observem como as notícias são carregadas de sentimentalismo, solidariedade e indulgência, ao mesmo tempo que são imensamente amedrontadoras, calcadas num número terrivelmente alto e certamente discutível de vítimas da pandemia, nunca se referindo ao número avassaladoramente maior de infectados e curados. A desculpa é que assim fazem para informar e para que a população se cuide, porém, o objetivo é provocar o terror e a desinformação.
Há tempos, estamos percebendo que nos movimentos culturais estão valorizando o aspecto físico, em detrimento da inteligência. A TV já faz tempo, ao invés de trazer e mostrar artistas de valor comprovado, entulha o povo com a mediocridade e o mau gosto, destruindo o belo a poesia e a

música. Sob a desculpa de arte alternativa, estão simplesmente evidenciando a ignorância e os maus costumes.
Quando algum iluminado percebe o que está sendo feito e pretende expor as suas ideias que vão se contrapor ao que está sendo desenvolvido, ele é alvejado por um bombardeio que vem de todos os lados da mídia opressora, para que se cale ou fique completamente desacreditado.
Quando comparados aos estudantes de outros países do planeta, os nossos jovens se saem miseravelmente mal, sendo classificados como analfabetos funcionais, frutos de anos de mau uso de verbas públicas e professores mal intencionados.
Há uma clara intenção de incentivar a discórdia social, através de movimentos que se apregoam defensores das minorias contra os “ismos” e contra os “istas”, não com o objetivo de integração social, mas o de criar cada vez mais o antagonismo e os ódios entre os grupos. Qualquer um que se rebele, será taxado imediatamente de ser algum tipo de “ista”.
Alguém será capaz de colocar em dúvida a ausência quase total da privacidade das pessoas, que estão sendo monitoradas através dos seus hábitos de consumo, daquilo que assistem, de onde vão, tudo através das redes de comunicação em massa, de tal forma que os comerciais que aparecem nos celulares e computadores estão sempre alinhados com o seu perfil social?
Estes são alguns dos sinais que venho observando desde antes e durante estes meses de ”isolamento social” compulsório, em que o mau político está prevalecendo sobre o conhecimento científico, numa claríssima tentativa de manter o povo num estado de indolência, imerso numa letargia que fatalmente o levará à privação de sua liberdade de ir e vir, de pensar e de agir, ao total domínio de sua vontade e à miserável subserviência.