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Toffoli age como advogado de defesa de Serra

Plantonista do STF (sim, os magistrados e seus assessores estão de recesso de meio de ano, afinal, ninguém é de ferro), o presidente da corte, Dias Toffolli, mais uma vez agiu como advogado de defesa de suspeitos de corrupção graúda. O blog vem alertando para as inúmeras decisões, posições e faltas de postura de Toffoli e outros integrantes do STF no sentido de rasgar a Constituição e, como neste caso, de mandar às favas decisões tomadas pelo próprio Supremo. Em 2018, para quem não lembra, as supremas togas decidiram restringir o foro privilegiado, concedendo poderes aos juízes de primeira instância para decidirem sobre investigações acerca de política e corrupção, essa simbiose tão presente na vida nacional.

Pois muito bem. Na terça-feira, 21, a nação foi surpreendida pela canetada do plantonista proibindo a Polícia Federal de cumprir mandado de busca e apreensão no gabinete do senador tucano José Serra, ex-governador de São Paulo e ex-candidato à presidência. A ordem foi emitida em despacho de juiz paulista. Serra é suspeito de ser mais um beneficiário do chamado caixa 2, onde mais uma vez milhões teriam sido tragados da viúva. Um grande empresário foi preso na mesma operação.

E aí abre-se outro parêntese. A espantosa “benevolência” da chamada grande mídia para com outrora queridinho do tucanato e das esquerdas light (se que é isso existe!). A seguir, o blog reproduz trecho de matéria do sempre criterioso e assertivo Jornal Gazeta do Povo, de Curitiba. Que mostra bem como é inadequado, tendencioso, perverso e inaceitável o comportamento do senhor Dias Toffoli neste caso (assim como em outros tantos).

“Em setembro do ano passado, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo Bolsonaro no Senado, foi surpreendido por uma operação da Polícia Federal. Os agentes cumpriram um mandado de busca no gabinete dele no Senado, apreendendo documentos, telefones celulares e computadores como parte de uma investigação sobre corrupção. Policiais legislativos chegaram a isolar a área para que a PF pudesse cumprir a ordem judicial expedida pelo ministro Luis Roberto Barros, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Dez meses se passaram e a Polícia Federal voltou a bater na porta do Senado. Desta vez no gabinete do senador José Serra (PSDB-SP), investigado por suposto caixa dois eleitoral. Agora, porém, os policiais foram impedidos de fazer o seu trabalho por ação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O senador falou por telefone com o delegado que presidia a diligência e alegou que o mandado era abuso de poder e uma “violação à hierarquia do Poder Judiciário.” Alcolumbre recorreu ao STF, a Toffoli, melhor dizendo, o plantonista da vez, e os federais foram proibidos de cumprir o mandado no gabinete do tucano.

Dispensa maiores comentários, caro leitor.

foto>Fábio Rodrigues Pozzebom, Ag. Brasil

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