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Análise do Sindifisco/SC: alta do dólar e exportações da agroindústria impactam positivamente

A arrecadação de Santa Catarina cresceu pelo terceiro mês consecutivo, sinalizando para a recuperação econômica do Estado no pós-pandemia da Covid-19. Em setembro, a receita estadual bateu na casa dos R$ 2,52 bilhões, o que corresponde a crescimento de 7,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os números da Secretaria de Estado da Fazenda mostram que os destaques são os setores metalmecânico (alta de 51,36%), de materiais de construção (crescimento de 50,13%) e o agronegócio (34,34%) – a comparação leva em conta o desempenho de setembro de 2019.

Na avaliação do Sindifisco (Sindicato dos Fiscais da Fazenda de Santa Catarina), além do bom desempenho de diversos setores econômicos, os constantes resultados positivos da arrecadação estadual têm outros componentes que também afetam o resultado. Um deles é a alta do dólar, que já acumula um índice de quase 40% no ano e afeta toda a cadeia de custos, indexando o preço de praticamente todos os produtos e alimentos.

Ainda segundo análise do Sindifisco, um exemplo claro é a agroindústria, que acumula cerca de 30% de crescimento nas exportações – com valores em dólar. “É mais dinheiro entrando na economia do Estado, não só do Oeste, já que as pessoas de lá investem e consomem no Estado todo”, explica o auditor fiscal Sérgio Pinetti, da diretoria do Sindifisco.

Pinetti aponta que diversas categorias de produtos vêm sofrendo reajustes constantes de preço, o que faz com que a base de ICMS se expanda na mesma proporção. “Infelizmente estamos falando de inflação, que não é uma boa notícia para o consumidor final, mas que tem tido participação no crescimento da arrecadação estadual. O IGP-M já acumula alta de 14,40% no ano”, explica.

Ele lembra que a produção industrial, que registrava queda no meio do ano, também contribuiu para a inflação, pela diminuição da oferta, mesmo com a demanda inalterada, a exemplo dos alimentos, o que resultou no aumento dos preços. Com o equilíbrio entre oferta e demanda, a partir de agosto, essa situação começa a se reverter.

“Outro exemplo vem do setor metalmecânico. Como as pessoas passaram a ficar mais tempo em suas residências, resolveram colocar em prática os planos de reforma ou de compra de eletrodomésticos, elevando as vendas do setor consideravelmente, impactando na arrecadação”, diz.

Para o presidente do Sindifisco, José Farenzena, embora os fatores externos tenham impacto no desempenho, o trabalho do Fisco catarinense também tem contribuído diretamente no resultado. “O desenvolvimento e a divulgação de aplicativos como o Malhas Fiscais influencia fortemente no comportamento do contribuinte. É impressionante a busca espontânea por regularização”, diz. Zeca explica que esse trabalho de monitoramento, orientação e fiscalização se manteve ao longo de toda a pandemia. “Isso fez toda a diferença na recuperação rápida das perdas”, completa.