Blog do Prisco
Coluna do dia

Bye, bye MDB

O senador Jorginho Mello já se transformou na verdadeira referência de Jair Bolsonaro e seus filhos em Santa Catarina.

E precisou de pouco tempo para isso. Na verdade, esse processo ganhou corpo desde a metade do ano passado. Se fortaleceu agora com o provável adiamento do projeto do Aliança Pelo Brasil para 2022. Mello ofereceu o seu PL para abrigar todos aqueles projetos de candidaturas municipais este ano no contexto dos interesses da família Bolsonaro.

Isso evidencia muito claramente que Jorginho Mello deu um tchauzinho, um aceno de agradecimento ao MDB. Desde o primeiro momento, quando se apresentou como candidato à Câmara Alta, ele assumiu compromisso com o pré-candidato ao governo à época, Mauro Mariani, que também presidia a seção estadual do Manda Brasa. E cumpriu até fim da campanha, marcando presença e apoiando Mariani, mesmo ele estando fora do segundo turno.

 

Acordo cumprido

 

O emedebista, a seu turno, também foi fiel a Mello. Ele se comprometeu a não permitir nenhuma candidatura do MDB ao Senado no pleito de 2018. E cumpriu à risca. Mesmo quando Paulo Afonso Vieira entrou na ofensiva para viabilizar seu nome. Foi barrado por Mariani para honrar o acordo com o hoje senador. Tanto foi assim que depois, na undécima hora, o PSDB entrou na aliança e Paulo Bauer foi à reeleição. E perdeu para o próprio Jorginho Mello.

 

Metodologia

 

Ah, mas e os métodos utilizados pelo presidente do PL para chegar lá? Bom, isso aí é outra história. Todos sabemos qual foi o modus operandi usado por ele.

 

Calendas

 

De qualquer forma, a eleição já faz parte da história. Jorginho Mello conseguiu encarnar o voto emedebista, especialmente ao incluir Ivete Appel da Silveira, viúva de Luiz Henrique da Silveira, como primeira suplente. Foi mais uma jogada deveras astuta do senador. Ele buscou o nome ideal para encarnar o sentimento emedebista. LHS, sem sombra de dúvidas, foi o grande responsável pelo crescimento do partido no estado.

 

Repeteco

Paulo Bauer também tentou amarrar o MDB, trazendo Casildo Maldaner na suplência. O mesmo movimento vitorioso da eleição de 2006, quando o ex-governador aceitou ser suplente de Raimundo Colombo. Lá, deu certo. Em 2018, as estratégias de Jorginho Mello neutralizaram essa fórmula.

 

Oportunidades

 

Considerando-se, ainda, que, o senador do PL, que sabe como ninguém aproveitar oportunidades, conseguiu beliscar o segundo voto do PSL, que tinha Lucas Esmeraldino de candidato na onda Bolsonaro. Logo Jorginho Mello, que já fora aliado de Fernando Henrique Cardoso, de Lula da Silva e de Dilma Rousseff, e agora é neo-aliado dos Bolsonaros.

 

Amnésia

 

Como o eleitor tem memória curta, em muitos casos parece nem ter memória, deu certo e Mello ficou parcos 18 mil votos à frente de Esmeraldino, surfando na votação do PSL.  O primeiro colocado foi Esperidião Amin. Na coluna de amanhã, será avaliado como novamente o feitiço, neste caso Mello, vai se virar contra o feiticeiro, ou seja, o MDB tendo como pano de fundo o pleito de 2022.