Blog do Prisco
Coluna do dia

Canhotos unidos

A frente canhota em Santa Catarina tem tudo para caminhar unida para as eleições  majoritárias deste ano. São oito partidos alinhados, PT, PDT, PSB, Rede, PSOL, PCdoB, Solidariedade e PV.
Das lideranças que integram o grupo, duas disputaram o pleito de 2018. Gelson Merisio, que chegou ao segundo turno contra Moisés da Silva há quatro anos. Estava ainda filiado ao PSD e foi engolido pela onda conservadora daquele pleito.
Décio Lima, do PT, também colocou o nome à disposição para o governo naquela disputa. Disputou absolutamente solitário. Foi com chapa pura do seu PT.
Destes oito partidos, cinco estiveram com Merisio lá atrás. O ex-deputado hoje atua como um articulador em favor do fortalecimento do nome do petista. Um consultor, tanto na área privada como na política.
Será que é possível construir uma chapa contemplando todos os interesses?  PCdoB gostaria de incluir a ex-deputada Angela Albino na majoritária. Não deve obter êxito. Os comunistas, contudo, devem assimilar a negativa e permanecer no frentão.

Nanicos federados
O PSOL, a seu turno, federado com a Rede, insiste no nome do vereador Afrânio Boppré para o Senado.
Na chapa liderada por Décio, o PSOL não estará contemplado à Câmara Alta. As duas siglas ameaçam abrir defecção entre os canhotos.

Sem pai nem mãe
Mas será mesmo? As duas legendas praticamente estão restritas à Grande Florianópolis, onde não terão o apoio do PT em 2024 no caso de baterem em retirada, buscando candidatura própria.
Nem mesmo uma candidatura avulsa será assimilada nesta composição. Afrânio Boppré até toparia, mas Dário Berger, não. Sob pena de diluição dos votos canhotos.

Reeleição
Ao fim e ao cabo, Dário sabe que terá que se contentar com a vaga ao Senado, espaço também pleiteado pelo PDT. Os trabalhistas querem oferecer palanque a Ciro Gomes.

Engenharia
Jorge Boeira, contudo, agora alistado entre os pedetistas, deve ser o nome a vice-governador.
Teríamos então, Décio, Dário e Boeira, uma chapa interessante e com chances de chegar ao segundo turno.

Musculatura
Esse arranjo final conseguiria segurar o PSB, que é mais forte e importante do que Rede e PSOL.

Xadrez
Até porque o vice de Lula da Silva é o neo pessebista Geraldo Alckmin. Improvável que o PDT desembarque se ficar sem o Senado. O que o partido faria? Lançaria uma chapa pura? O mesmo vale para o PSOl e a Rede.

Geografia tupiniquim
Lula da Silva, o descondenado, não abre mão de seus fieis escudeiros no Sul do país, onde Jair Bolsonaro fez a festa no pleito de 2018. Além de Décio Lima em Santa Catarina, o petista quer Edegar Pretto no Rio Grande do Sul e Roberto Requião no Paraná.

Histórico
A frente de esquerda caminha para uma convergência interessante. Isso somado à diluição das candidaturas de centro e de direita, é um prato cheio para os esquerdistas.
Vale lembrar que nunca um candidato alistado em partido que se assume como de esquerda sequer chegou ao segundo turno do pleito estadual, barreira que eles sonham em superar neste confuso 2022.