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Documentário “Nova Treviso 1891” conta história da imigração italiana no Sul e destaca a obra do tenor Aldo Baldin

Estreia dia 25 de julho o documentário “Nova Treviso 1891” – o quarto episódio da série sobre a imigração italiana no Sul do estado de Santa Catarina produzida pelo jornalista Júlio Cancellier. O vídeo que será exibido nas redes sociais narra a história da colonização do atual município de Treviso e lança um olhar admirável sobre a vida e a obra do tenor Aldo Baldin, cujo sucesso no mundo da música lírica é reverenciado tanto pelos urussanguenses como trevisanos.

“Paz, liberdade, terra e trabalho era o sonho do povo oprimido que colonizou Treviso”. Com esta frase da escritora Zeide Carminati de Lorenzi, inicia o quarto documentário sobre a saga dos imigrantes italianos que no final do século XIX colonizaram o sul catarinense.

No livro Treviso Ano 100, a autora conta que “os italianos se entusiasmaram com as maravilhas da América contadas pelos propagandistas italianos. Uma centena de famílias, convencidas por Miguel Nápoli, decidiu imigrar para o Novo Mundo, mais especificamente para o sul catarinense. Muitas delas de Treviso, Bérgamo, Ferrara e Cremona entre amargas despedidas e doces esperanças, a 28 de outubro de 1891, partiram de Gênova no Vapor Francês “Cachemir”, trocando a Pátria-Mãe pelo desconhecido”.

De acordo com a escritora, “a travessia do Atlântico durou 16 dias e apenas uma noite de terrível tempestade. Poucos dias de descanso na Ilha de São Vicente (São Paulo), o longo retorno à nostalgia do balanço do mar e o tão esperado desembarque no Porto de Imbituba. De trem chegaram à estação de Pedras Grandes, onde carros de bois eram a última condução que aguardava os heróis pioneiros para serem conduzidos a Urussanga. Após três dias de repouso empreenderam a viagem final, a pé, em picada aberta a facão e, tropeçando ao peso dos baús e mochilas às costas, vencidos pelo cansaço, pisaram o solo da Nova Treviso no dia 24 de dezembro de 1891”.

“Após “trenta sei giorni di macchina e vapore” (trinta e seis dias de navio) da histórica viagem e mais vinte dias em terra firme, os imigrantes abrigaram-se num acampamento, fechado com paus cilíndricos, no sentido vertical e coberto de palhas, providenciado pela Companhia Colonizadora Metropolitana”, narra Zeide Carminati de Lorenzi. “Insônia, apesar do cansaço, lágrimas, saudades, desconforto, medo e oração povoaram as noites escuras do bravo colonizador”, conclui.

 

Aldo Baldin

 

Aldo Baldin foi um dos maiores tenores que o Brasil já teve. Descendentes de imigrantes italianos nasceu em 1945, na localidade de Vila Nesi, então pertencente ao município de Urussanga e hoje integrando o território de Treviso. Estudou piano e violoncelo em Porto Alegre e canto com Eliane Sampaio no Rio de Janeiro.

Aldo Baldin quase perdeu a visão quando juvem mas conseguiu se recuperar. Passou pelo seminário, frequentou a Escola Técnica de Comércio em Tubarão e dali pra frente foi um salto na carreira musical. O maestro Karl Richter, fascinado pela sua linda voz, conseguiu uma bolsa para ele estudar na MusikHochhulle de Frankfurt – Alemanha. Aldo continuou seus estudos em Berlim e Paris, se destacando na ópera, principalmente nas obras de Mozart e Handel, e na música sacra de Bach. Foi professor da Escola Superior de Música de Karlsruhe.

Considerado um dos melhores intérpretes de Bach, trabalhou com os maiores regentes da Europa. Ele deixou um legado enorme, com mais de 100 discos gravados. Ganhou um Grammy em 1981 com o disco ‘A Criação’. Aldo teve uma carreira brilhante e infelizmente nos deixou muito cedo com a idade de 49 anos em 1994, quando estava no auge da carreira.

O premiado cineasta Yves Goulart, residente nos Estados Unidos, mergulhou a fundo na história de Aldo Baldin e está prestes a lançar o documentário “ALDO BALDIN – Uma Vida Pela Música” em  circuito internacional sobre o tenor que é seu conterrâneo. O produtor e diretor nasceu em Urussanga e trabalha como cinema desde de 2003. O lançamento do filme é aguardado com muita expectativa.