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ENTRE A INJUSTIÇA E A INCOERÊNCIA

Em recente entrevista ao jornalista Claudio Loetz, do jornal A Notícia, o prefeito Udo Dohler navegou entre a injustiça e a incoerência. Primeiro porque ao afirmar que existe corrupção “de toda ordem” no serviço público, ele novamente coloca em suspeição a honestidade de mais de 13 mil servidores municipais de Joinville.

Ora, se o prefeito entende e sabe que há corrupção, por que não diz quem está envolvido? Por que não os pune? Ou a dita corrupção está nos seus apadrinhados? Nos seus cargos de confiança? Não vejo outra resposta que explique como tamanha falta de respeito pelos nossos servidores e suas famílias, possa ser tão repetida sem que algo efetivo seja feito.

É injusto transferir à outros, a responsabilidade que o prefeito assumiu, afinal, ter mãos limpas é assumir compromissos e cumpri-los. Udo se apresentou para as famílias joinvilenses como um messias que prometia resolver todos os problemas da cidade. De saúde ele entendia, pavimentaria 300 km de ruas, deixaria o Hospital São José com a eficiência do Dona Helena (dizia: “quem acha que há diferença entre hospital público e privado, não entende nada de saúde”). Agora, passados três anos da pior administração da história da cidade, quer jogar nas costas dos servidores a responsabilidade por sua incompetência como gestor público.

Outra “história” que o prefeito gosta de repetir é que colocou as contas em dia, porém, as informações que chegam, é de um grande número de fornecedores com atrasos de até sete meses.

Udo fala em clientelismo por parte de partidos políticos e é incoerente, porque precisa citar quais são estes partidos, mesmo porque, quem pratica o “É DANDO QUE SE RECEBE” é o próprio prefeito, que fica cooptando vereadores, em troca de cargos, para dar base de sustentação na Câmara. Udo gosta de insinuar que o servidor público é perdulário, preguiçoso e corrupto. Fui por sete anos prefeito de Joinville e tenho muito orgulho dos nossos servidores.

Ao admitir que conhecia apenas 10% da administração pública, o prefeito Udo pode até ser acusado de estelionato eleitoral, afinal, em sua campanha pela prefeitura, Udo afirmou nos programas eleitorais, que entendia de gestão pública. Nas suas falas na tv e no rádio, o então candidato Udo Dohler dizia entender o funcionamento da “coisa” pública e prometeu que iria resolver os problemas da saúde, da infraestrutura, da segurança e da educação. O prefeito achou que faria tudo sozinho?

 

Marco Tebaldi, deputado federal.

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