Blog do Prisco
Destaques

Golar Power prevê operação de novo terminal de gás de SC para 2021

Informação foi dada pelo diretor de negócios da empresa em reunião na FIESC. Para a Federação, o investimento é positivo, pois amplia a capacidade de fornecimento e possibilita preços mais competitivos, tendo em vista o término dos contratos da Petrobras com a SCGás e do Gasbol no início de 2020
Para a implantação do terminal serão investidos R$ 380 milhões, informou o diretor da Golar Power, Edson Real (Filipe Scotti)

Clique aqui e veja no Flickr da FIESC a cobertura fotográfica

Florianópolis, 26.7.2019 – O diretor de negócios da empresa norueguesa Golar Power Latam, Edson Real, informou que o Terminal Gás Sul (TGS) de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) deve entrar em operação no terceiro trimestre de 2021. “Provavelmente vai ser antes. O que a gente está dizendo para a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) é que em 2022 já vai estar em operação comercial”, afirmou ele, durante reunião de diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta sexta-feira (26), em Florianópolis.

O terminal, que será instalado na Baía da Babitonga, é um navio que vai ser atracado a 300 metros da costa e a conexão com a terra será feita por um gasoduto submarino. Para a implementação do projeto do terminal serão investidos R$ 380 milhões. “O projeto está alinhado com o objetivo do novo mercado de gás, traz competição e, naturalmente, preços mais baixos”, declarou Real.

“É um insumo fundamental para a indústria catarinense. Com o anúncio recente do novo mercado de gás pelo governo há promessa de redução do preço. Com a vinda do terminal, certamente, haverá maior concorrência, ampliação da oferta do insumo e preços mais competitivos”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.

O presidente da Câmara de Energia da FIESC, Otmar Müller, disse que o terminal é uma notícia positiva e o projeto está avançado. Mas alertou que no início de 2020 está previsto o término dos contratos da Petrobras com a SCGás e com a Bolívia, que fornece o insumo que vem para Santa Catarina por meio do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). “A grande questão que existe é que, se ficarmos atrelados somente à Petrobras, teremos aumento expressivo no custo de gás aqui”, disse. A possível renovação do contrato obrigaria a distribuidora catarinense a ingressar na nova política da Petrobras, situação que culminaria em expressiva alta da tarifa, que pode chegar a 20%. Hoje, a política que puxa o preço para cima não se aplica à SCGás porque o contrato vigente é antigo.

A indústria é o maior consumidor de gás em Santa Catarina. Em setores como o químico, vidro e revestimento cerâmico, o insumo representa entre 20% e 30% do custo de produção. Müller destaca que há um movimento positivo no cenário nacional de gás, com o novo mercado anunciado pelo governo recentemente, e a meta clara de reduzir custos, mas isso não vai ocorrer do dia para a noite, pontuou. “Em Santa Catarina temos desafios. Além da questão do contrato, o gasoduto que nos abastece está próximo do seu limite e precisa ampliar a capacidade de trazer gás para a região sul”, afirma.

Em sua apresentação, o assessor da presidência da SCGás, Filipe El Messane, informou que está em andamento uma chamada pública para aquisição de gás natural, que foi dividida em três etapas, com a segunda fase, que é de análise de propostas, prevista para ser concluída em 31 de julho. “A grande dúvida é onde estará o preço após esse processo. A tendência é de que a SCGás tenha aumento da tarifa”, adiantou.