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Lançada a frente parlamentar em defesa do ensino técnico

Objetivo é defender e fortalecer o ensino técnico no Estado
Pesquisadores, professores, deputados, entidades e representantes do Ensino Técnico no Estado estiveram hoje no lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Ensino Técnico e Profissionalizante na Assembleia Legislativa. Requerida pelo deputado estadual Altair Silva (Progressistas), a frente quer discutir as principais demandas para fortalecer o ensino no Estado.
Sendo uma importante porta para o acesso a universidade, os cursos técnicos e profissionalizantes, permitem aos jovens uma tomada de decisão mais fácil sobre qual profissão seguir e uma melhor remuneração no mercado de trabalho. “Pessoas com formação técnica específica para uma vaga chegam a ganhar 25% a mais do que as que atuam sem essa qualificação, o que demonstra a importância de se criar e discutir programas e linhas de trabalho sobre o assunto”, comentou Altair.
O secretário de educação do Estado, Natalino Uggioni, tem formação técnica, em Mecânica e Manutenção, e contou que tem frequentado as escolas do Estado e acompanhado de perto a situação. “Não queremos que hoje os alunos se tornem o “Nem Nem”, quem nem estuda e nem trabalha. Encaminhar esses jovens é um processo que precisa começar cedo e a formação técnica é sem dúvidas uma facilitadora disso”, afirmou o secretário.
Entre os principais desafios elencados, está a modernização das escolas e centros de formação do Estado. “Vamos atuar em sintonia com as forças do setor, principalmente a secretaria da educação, que é a mola propulsora desse processo. Com os institutos e escolas, todo mundo integrado, vamos construir políticas solidas para fortalecer ainda mais o setor”, destacou Altair.
Altair Silva, que também tem formação técnica, como técnico agrícola, ressaltou que os números e indicadores que Santa Catarina apresenta, como das exportações, passaram pelas mãos e pelo trabalho de um técnico. “O Estado tem um modelo industrial e agrícola que precisa de pessoas com formação técnica na área e hoje muitos jovens saem do Ensino Médio com essa formação. É uma profissão no final do período escolar”. Ele completa, “eles se inserem rapidamente no mercado e chegam à faculdade de forma mais fácil e, na maioria das vezes custeando seus estudos com o salário arrecadado. Espero que possamos potencializar a formação de talentos, para gerar ainda mais riqueza, emprego e renda ao Estado”.
A valorização do Ensino Técnico no Brasil permitirá que tanto na indústria quanto no agronegócio, técnicos habilitados e atualizados estejam atuando, e desde muito cedo. Para o presidente do Sindicato dos Técnicos Agrícolas de Santa Catarina (SINTAGRI), Antônio Tiago Silva, a Frente Parlamentar será um importante espaço para discussão das demandas das escolas. “Os CEDUPs Agrícolas, por exemplo, precisam receber investimentos e novos programas para qualificar a sua formação. Hoje atuamos com drones e não adianta as escolas ainda estarem com bússolas. O Estado conta com 10 mil técnicos agrícolas e 12 escolas que precisam de mais atenção. Através da Frente agora teremos mecanismos para isso”, ressaltou Tiago.
O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) de Florianópolis, representado pela reitora Maria Clara Kaschny Schneider, acredita que a união de todos em prol da educação profissional é essencial para resolver as principais questões e desafios da área. “Parabéns ao deputado pela iniciativa. Nosso país ainda tem dificuldade de enxergar a valorização do ensino técnico, comparado com o ensino superior. Precisamos trabalhar por isso”, lembrou Maria Clara.
Lauri João Marconatto, presidente do Conselho Estadual do Ensino Agrícola (CONEA), e também técnico agrícola, disse que a educação é o futuro do país e o resultado dessa educação é o que está sendo apresentado hoje, contudo, para se melhorar a qualidade para as próximas gerações é necessário valorizar os profissionais que estão nas salas de aula.
Nos países desenvolvidos mais de 50% dos jovens entre 15 e 29 anos fazem formação técnica, exemplos como Alemanha e Áustria. “Dentro do processo da jornada estudantil, a formação técnica é fundamental e determinante. O assédio tecnológico hoje que as empresas estão sofrendo, precisam, independente do seu tamanho, de um técnico”, frisou Claudemir Bonatto, da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC).
O professor do Centro de Educação Profissional (CEDUP) de Campo Erê, Nelson Rintzel, que está há 31 anos no Ensino Agrícola, colocou que muito do que foi construído em Santa Catarina e nas propriedades rurais, foi promovido com o apoio dos técnicos. “É importante ouvir as escolas, estar próximo, acredito que a Frente Parlamentar e a Secretaria podem juntas nos ajudar”, enfatizou Nelson.
Os deputados Valdir Cobalchini, eleito vice-presidente, Moacir Sopelsa, e Coronel Mocellin, eleito secretário da Frente, estiveram presentes no lançamento.