Blog do Prisco
Coluna do dia

Moisés e Bolsonaro

Coincidentemente ou não, as conversas que avançam abrindo a possibilidade – apenas uma possibilidade ainda -, de ingresso de Moisés da Silva no PP, seguem paralelamente a movimento semelhante no contexto nacional, o que já foi admitido pelo próprio Jair Bolsonaro na semana passada. Diretamente do Piauí.  Diante do presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira.
Quando ainda era deputado, o presidente da República militou durante um tempo no atual Progressistas.
Moisés pode buscar o mesmo partido de Bolsonaro, mesmo sem a costura articulada no estado e no país de forma conjunta, para tentar amarrar votos bolsonaristas no pleito de 2022.
Em 2018, o governador conquistou a cadeira máxima de Santa Catarina embalado pela onda Bolsonaro e saindo diretamente do zero, politicamente falando.

Resistências
Muito bem. Admitindo-se a hipótese destas especulações se concretizarem, pergunta-se: como ficaria, por exemplo, a situação de Joares Ponticelli? O prefeito reeleito de Tubarão, segundo palavras do senador Esperidião Amin é o grande nome da legenda para 2022.

Arrependimento
Como recordar também é viver, não custa rememorar que este mesmo Moisés da Silva que hoje tenta colar em Jair Bolsonaro decidiu, inexplicavelmente, romper relações publicamente com o presidente ainda em 2019. Como era de se prever, parece que o governador se arrependeu da açodada e absolutamente equivocada decisão de virar as costas a Bolsonaro logo depois de ter assumido o comando de Santa Catarina.

Ressuscitar o PDS
O quadro de ventilações aponta, também, para a possibilidade de João Rodrigues de vice. O alcaide chapecoense na chapa de um hipotético Moisés progressista seria o retorno clássico do PDS. Rodrigues é filiado ao PSD, uma das siglas que se desdobraram com o desmonte do antigo PDS.

O articulador
A ponte entre estes dois nomes atende pelo nome de Eron Giordani. O chefe da Casa Civil de Moisés da Silva já desempenhou a mesma função na prefeitura de Chapecó em mandatos anteriores do próprio João Rodrigues.

Elo
Assim como fez com a base sólida que hoje Moisés desfruta na Alesc e o que o livrou de dois processos de impeachment, Giordani é o pivô desta construção, muito embrionária ainda, de Moisés no PP e Rodrigues, do PSD, de vice.

Espaço
Vinculação que desagrada outras lideranças, por óbvio. O deputado Milton Hóbus, que almeja uma vaga majoritária em 2022, é uma delas dentro do PSD.

Sem sucesso
Outro que não se vê com bons olhos essa aproximação é Gelson Merisio, do PSDB. Ele tentou de tudo para a permanência de Daniela Reinehr no governo. Um aspecto do pano de fundo do trabalho frenético de Merisio nos bastidores, visando a derrubar Moisés da Silva, era justamente deixar o PSD “livre” da órbita de atração do governador.

Chamuscado
Merisio, contudo, saiu absolutamente chamuscado do último processo de impedimento, queimando pontes inclusive dentro do seu próprio partido.

Dupla do Sul
PSDB que, aliás, tem dois nomes com envergadura majoritária a partir de Criciúma. Trata-se do prefeito Clésio Salvaro, cumprindo seu quarto mandato e sempre com votações expressivas; e da deputada federal Geovania de Sá.

Fechado com Moisés
Dentro do PSDB, o deputado Marcos Vieira, ex-presidente estadual da legenda, ficou ao lado do governador durante o processo de cassação e segue na base aliada.