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Ninguém mais acredita em PSD e MDB juntos

O fato mais marcante do evento de sábado, em Lages, quando Raimundo Colombo, já ex-governador e ungido pré-candidato ao Senado pelo PSD, foi a ausência do governador efetivado Eduardo Pinho Moreira.

A alegação oficial para a ausência foi a presença de Esperidião Amin. Moreira e Amin tem um longo e histórico contencioso. Político, judicial e jurídico. Um processa o outro e assim vai. Beleza.

Mas a explicação de Moreira é pouco convincente. Ele é governador, acabou de assumir definitivamente. Esperidião Amin, apesar de desafeto de primeira hora, é deputado federal. Havia duas mil pessoas no local. Na verdade, Eduardo Moreira não foi a Lages porque nem ele acredita mais na reedição da aliança do seu MDB com o PSD.

A senha foi dada na sexta-feira, um dia antes do ato de Colombo na Serra, quando o emedebista nomeou o correligionário Adriano Zanotto para presidência da Casan. Demonstração clara de que o casamento se exauriu.

Na outra ponta, pessedistas e aliados, na ausência do governador, cravaram que o nome natural do grupo para a cabeça de chapa é o de Gelson Merisio. A começar pelo próprio Colombo, passando por Esperidião Amin, Silvio Dreveck, Paulo Bornhausen, todos “ungiram” o presidente estadual do PSD como o nome natural para a disputa ao governo.

Gilberto Kassab, presidente nacional dos pessedistas, observou tudo. Aliás, o discurso de Merisio só não foi mais aplaudido do que o de Raimundo Colombo, a grande estrela da festa.

MUSCULATURA

Significa que o pré-candidato do PSD saiu muito fortalecido do evento lageano. Não só pelos aplausos, mas porque o comandante nacional da sigla percebeu que ele é o nome para encabeçar a chapa. Depois de sábado, ficou muito remota a possibilidade de Merisio não disputar o governo de Santa Catarina este ano.

Isto posto, somado à ausência de Eduardo Moreira, depreende-se  o seguinte:  o PSD estará aliado ao PP e ao PSB e não mais com o MDB. A turma do Manda Brasa, muito possivelmente, vai ter que montar uma chapa pura. Terá, no máximo, o PR de Jorginho Mello. Especificamente sobre este deputado federal, a leitura é a de ele e seu partido estarão no lado mais forte, com mais chances de ganhar a eleição. Ou seja, talvez o MDB não fique nem com o PR. João Paulo Kleinübing e o DEM também não parecem opção viável, considerando-se as projeções de futuro e o histórico entre os Kleinübing e o MDB. Neste contexto, o ex-governador Paulo Afonso Vieira pode vir a concorrer ao Senado. Se Eduardo Moreira candidatar-se à reeleição, Mauro Mariani seria o outro postulante à Câmara Alta pelo MDB. Falta encontrar um nome para vice. A ideia de lançar dois nomes do MDB ao Senado é justamente para não propiciar o segundo voto dos emedebistas a Raimundo Colombo, que se elegeu senador e duas vezes governador com o voto do Manda Brasa.