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“O Brasil Precisa ser passado a limpo”, diz Simon

Aos 87 anos e com a experiência de 65 anos de vida pública, o ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS) analisou a atual conjuntura brasileira na palestra promovida pelo Gabinete do Vereador Antônio Lemos, de São José, em parceria com a Univali e o Fórum Cristão de Cidadania.

 

Desde que se ‘‘aposentou’’ do Senado, em 2015, o ex-governador, ex-ministro e ex-deputado estadual Pedro Simon diminuiu um pouco o ritmo de atuação, mas ainda segue bastante ativo na política, participando de eventos e percorrendo o Brasil com suas palestras.  Na noite desta quinta-feira, ele foi o convidado da  3ª edição do  Café de Ideias, promovido pelo gabinete do Vereador Antônio Lemos, de São José, em parceria com a Univali e o Fórum Cristão de Cidadania.

Aos 87 anos, mantém o raciocínio rápido e suas posições firmes, duas de suas características mais marcantes.Durante a palestra, Simon falou sobre a história do Brasil, relembrou fatos do período da Ditadura Militar e de seus quase 65 anos de experiência atuando na política do país.

“Vivemos um momento sui generis, que nunca se viveu igual. Crise nós sempre vivemos. Agora é diferente: com a operação Lava Jato, estamos vivendo um momento inédito. A diferença está na participação popular e nas mídias sociais. Antes, apenas os meios de comunicação detinham a informação, hoje todos tem acesso a informar e a serem informados”, declarou.

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Do alto de 65 anos de vida pública, Simon declarou que nunca se viu momento igual

Ainda sobre a atual situação política do país, o ex-senador se mostrou preocupado. “Vivemos hoje um momento muito difícil. É um momento de unir forças e não permitir que a corrupção passe impune. A verdade tem que vir à tona e os culpados para a cadeia”, afirmou.

Quando questionado sobre o que poderia ser feito para que o cenário político brasileiro se transforme, o ex-Senador  apontou 5 saídas para a crise no país.

Segundo em ele, em primeiro lugar é necessário ter vontade de fazer. “Na verdade, no passado chegou-se a ser feita alguma coisa, foi dado o primeiro passo: a cláusula de barreira. O Congresso votou, mas o Supremo derrubou. Um dos males do Brasil é ter 40 partidos. É uma anarquia, não existe em lugar nenhum no mundo onde isso acontece. E tem mais 30 que estão loucos para entrar. A segunda é a delidade partidária: tem na Constituição, mas não é respeitada. O cidadão que troca de partido tem que perder o mandato. terceiro: o voto distrital, pois atualmente o maior inimigo do deputado é o outro deputado do mesmo partido. Com o voto distrital, passa a ter seriedade e credibilidade a questão partidária. O quarto é a coisa mais importante: condenados em segunda instância devem ir para a cadeia. Por último, há o pacto federativo. Não pode a prefeitura ser o primo pobre, que resolve todos os problemas, isto precisa e deve ser repensado”, declarou.

Para Simon, o Brasil está sendo passado a limpo. “As pessoas estão sendo processadas e se defendendo, a sociedade está participando e debatendo. Dentro deste contexto, é muito importante o momento que estamos vivendo e é importante que ele vá adiante. Todo mundo quer terminar com isso”. finalizou

Pedro Simon

Pedro Jorge Simon é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) com pós-graduação em Economia Política, sendo também especialista em Direito Penal. Foi professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e em sua vida acadêmica teve passagens pela Sorbonne e pela Faculdade de Direito de Roma. É um dos grandes nomes do cenário político brasileiro: foi senador pelo estado do Rio Grande do Sul, filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), entre 1979 e 1982 e por três mandatos consecutivos entre 1991 e 2015. Possui forte militância no movimento estudantil, não apenas fundaria a Ala Moça do PTB em 1945 junto com Leonel Brizola, Sereno Chaise e Fernando Ferrari, além de outros funções, foi também Presidente da Federação de Estudantes de Faculdades e Escolas Superiores Católicas do Brasil, presidente do I Congresso de Estudantes de Direito da América Latina e diretor do primeiro curso de formação de lideranças sindicais realizado em Porto Alegre, além de ter sido o secretário geral da 5ª reunião penitenciária brasileira, organizada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Em outubro de 1956 foi eleito presidente da Junta Governativa da UNE, ainda nos idos de sua atuação na Mocidade Trabalhista do PTB.

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