Blog do Prisco
Manchete

O contraste entre austeridade e despreparo

Jair Bolsonaro deu mais uma clássica demonstração de seu despreparo para exercer, na plenitude, a Presidência da República. Qualquer pessoa no Brasil poderia falar que o país está quebrado. Menos ele, o chefe da nação. Na terça-feira, a apoiadores que o bajulam constantemente em Brasília, Bolsonaro disse exatamente o que jamais poderia ter dito.  Que mensagem ele manda para os credores, os investidores? Como ficam a segurança jurídica, econômica e financeira do país depois dessa patuscada presidencial? Ao natural, o presidente joga contra o patrimônio, contra o país. E contra o seu próprio governo.

Além de não se comportar adequadamente com o exercício da presidência, Bolsonaro vai além. Ele não cumpre com a liturgia do cargo. Não vamos entrar no mérito da figura de Dilma Rousseff. Mas outra declaração presidencial, afirmando que gostaria de ver o raio-x da mandíbula da petista para ter certeza de que ela foi torturada, é algo absolutamente fora de propósito. E totalmente irrelevante para partir da boca de um presidente. Sob o aspecto humano, ela (declaração) é desastrosa, mas o presidente não tem nada que entrar nesse tipo de picuinha e, de quebra, ficar defendendo o torturador. É inconsequente e irresponsável.

 

Corrupção estancada

Dito isso, não se pode ignorar, no entanto, que estes dois anos, a corrupção sistêmica que havia sido minuciosamente implantada neste país foi estancada. Isso é fato e dos mais relevantes. Perfeito sob o aspecto ético e moral, mas à figura de Bolsonaro falta o mínimo verniz para o exercício do cargo.

 

Gol contra

Por fim, esse tipo de declaração também joga contra o esforço de toda a equipe econômica, que estuda todas as possibilidades para tirar o erário do abismo. Rombo agravado porque originado por conta do auxílio-emergencial, ajuda governamental que foi decisiva e fundamental durante a pandemia. Um pouco de papas na língua faria muito bem ao presidente. E ao país, por extensão.