Blog do Prisco
Coluna do dia

Saúde em crise

Não bastasse a eterna crise estrutural do setor de Saúde no Brasil – que tem na ganância e na corrupção dois fatos essenciais – está estabelecido, ainda, o caos político na área.

Quadro gestado e alimentado pela intransigência de Jair Bolsonaro. O presidente parece não querer um ministro técnico, com conhecimento científico. E sim alguém para referendar suas exigências, como o uso de Cloroquina desde o começo do tratamento de infectados pela Covid19.

Com o detalhe de que o Conselho Federal de Medicina só recomenda a aplicação desta fórmula medicamentosa naqueles infectados em estágio agudo da doença.

Foi nesse embalo que o médico Nelson Teich nem esquentou a cadeira de titular do Ministério da Saúde. Ficou menos de um mês no cargo e pediu pra sair por não estar “sintonizado” com as imposições presidenciais.

Procura-se um novo substituto para aquele que substituiu Luiz Henrique Mandetta. Resta saber qual médico com o mínimo renome vai aceitar a missão de rasgar os manuais de medicina só pra satisfazer a vontade de sua excelência, o presidente!

Lamento

“É uma triste notícia para saúde brasileira neste momento de grave crise sanitária no Brasil.” A frase é da deputada federal Carmen Zanotto, a relatora da Comissão Externa de Enfrentamento do Coronavírus. Ela que, aliás, recusou, recentemente, o convite de Moisés da Silva para assumir a Secretaria de Estado da Saúde.

Elogio

De acordo com Carmen Zanotto, que tem autoridade e conhecimento para falar de Saúde,  Teich vinha seguindo o caminho da ciência e do diálogo, inclusive buscando aproximação com os governadores e prefeitos. Assim que pediu o boné, o ex-ministro já virou algo da guerrilha digital bolsonarista. Acusam-no de ser empresário e não ter interesse nos supostos efeitos curativos da Cloroquina ante ao vírus. Certo. E porque ninguém percebeu isso antes de Teich ser convidado para substituir Mandetta?

 Pontes

 As pontes Pedro Ivo e Colombo Salles precisam de manutenção urgente, e podem ser interditadas a partir de outubro devido ao risco de colapso. A grave denúncia feita pelo deputado Bruno Souza, (Novo) em suas redes sociais é referente ao laudo técnico da empresa contratada pelo próprio governo catarinense para analisar a situação das duas pontes.

Segundo o documento, a segurança só pode ser garantida por seis a oito meses, a partir de fevereiro.

Nada disso

Assim que o assunto ganhou volume na internet, o secretário de Estado de Infraestrutura, Thiago Vieira, veio a público afirmar categoricamente que as pontes não vão cair. E agora?

No bolso

A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) fez uma análise acerca dos possíveis impactos da medida que instituiu o programa de auxílio emergencial para famílias de baixa renda, informais, desempregados e microempreendedores no país e no estado.  Neste caso, para o Brasil, o estudo apontou que 38,2% da renda total do público-alvo que a medida se destina consegue ser preservada. No caso de Santa Catarina, esse valor é de 28,7%.

Rombo 

Enquanto isso, projeções de economistas já permitem antever que o ano econômico será terrível para o Brasil. A queda mínima prevista para o PIB é de 4% em 2020, mas há quem veja que o tombo pode ser o encolhimento de 10% das riquezas geradas no país.