Blog do Prisco
Coluna do dia

Saúde esculhambada

Uma confusão geral no setor de Saúde do governo estadual. É o que se depreende dos depoimentos dos investigados e ou depoentes na CPI dos Respiradores até aqui.
O atual titular da pasta, que era adjunto à época, André Motta, também não sabia de nada, assim como Helton Zeferino e a servidora Márcia Pauli.
Alto lá. A Comissão, aliás, é atípica, pois não está investigando grandes empreiteiros. São agentes públicos e políticos, por isso tem uma característica diferenciada.
Além do trabalho na Assembleia, há a investigação da força-tarefa do Gaeco. Os trabalhos avançam nas duas frentes. Depois será necessário ver se o que foi levantado lá e cá se encaixa para então tomarem as devidas providências legais.
O que mais se observa são inconsistências, são contradições por parte dos depoentes. Por isso, a importância da acareação entre Douglas Borba, Helton Zeferino e Márcia Pauli. É um passo fundamental que será dado na próxima terça-feira.

Aviso prévio

Ainda mais agora que um empresário do ramo hospitalar declarou aos deputados que avisou o governo de Santa Catarina que a tal Veigamed não teria condições de entregar os respiradores.  Ele também revelou que se os equipamentos fossem comprados diretamente da China, custariam metade do que foi pago. Algo em torno de R$ 18 milhões. A escandalosa compra dos respiradores fantasmas custou R$ 33 milhões.

Calote

Por 200 máquinas. Até agora, só vieram 50. E, pasmem, que não servem para UTIs. São utilizadas em ambulâncias. Ou seja, não terão qualquer utilidade para o combate efetivo da Covid19.

Um terço

É verdade que a Polícia conseguiu recuperar R$ 11 milhões, mas onde estão os outros R$ 22 milhões? Tudo indica que os outros 150 respiradores não serão entregues. Fundamental, portanto, buscar os recursos de volta.

Memória seletiva

Um fato curiosíssimo nesta CPI. Temos depoentes que lembram com precisão horários, minutos e até segundos em que receberam ligações ou mensagens de whats app. Mas não se recordam de quem era ou quem eram os deputados que supostamente estavam fazendo lobby no centro de emergência da Saúde e que tiveram contato com eles. Curioso, pra não dizer outra coisa.

Calendário

Há também uma lacuna em relação a datas. Márcia Pauli sempre disse que entrou nesse circuito no dia 23 de março. Mas na quinta-feira, o relator da CPI, deputado Ivan Naatz, teve acesso a documento em que ela mandava fazer o pagamento de parte dos R$ 33 milhões no dia 20 de março. E agora? Pagou, mas não sabia o que estava pagando?

DNA

Importante ponderar, ainda, que Douglas Borba disse que o negócio foi desastroso. Sim mas ele estava por trás de tudo. O desfecho foi terrível porque ele estava atuando para favorecer uma empresa que não tinha as credenciais. Daí vem posar de vítima? Fundamental que as investigações estabeleçam as responsabilidades de cada um dos envolvidos.

Silêncio

Até agora, Moisés da Silva não veio a público esclarecer seu papel nisso tudo. Afinal, ele tinha conhecimento dessa operação indecorosa? Ou não? Márcia Pauli diz que sim. Douglas Borba diz eu não. O governador sabia ou não? É imprescindível que ele esclareça isso.